Se aconselhássemos a cada um que se satisfaça com aquilo que tem, não estaríamos sendo sinceros. E ainda mais, estaríamos sonhando com um mundo utópico, estaríamos querendo outro mundo. Achamos que a ambição é louvável, pois é ela que nos impulsiona a grandes realizações. Mas a ambição só é meritória, quando acompanhada da vontade de fazer os outros felizes. O amor nos faz contentes. O que vive só para si, está sempre descontente consigo e com os outros. Vamos nos identificar com os que sofrem.
Neste mundo competitivo o número dos descontentes é grande. As dificuldades e desigualdades da vida contribuem para a formação dos insatisfeitos. É comum fazermos comparação com aquilo que nos falta.
Se nos detivermos em estudar a história da humanidade, verificaremos que nossos antepassados ficaram sem o açúcar até o século XIII, sem o carvão até do século XIV, sem a manteiga até o século XVI, sem sabão até o século XVII, sem gás, fósforos e eletricidade até o século XIX, sem automóveis e alimentos congelados até o século XX, viveram sem nada disso. Não tinham luz elétrica, mas usavam lampiões Não tinham automóveis, mas usavam outros meios rudimentares para locomoção.
O avanço tecnológico e cientifico nos proporciona o conforto, mas não nos dá o contentamento espiritual.
O grande segredo para alcançarmos o contentamento é não sermos envolvidos pelo que nos falta.
O contentamento está diretamente ligado aquilo que temos e não a dependência daquilo que podemos alcançar.
Sêneca aconselhava: "Desfrutemos do que possuímos sem jamais fazer comparações; nunca haverá felicidade para o homem a quem atormenta o desejo de outra melhor."
Bom seria olharmos para aqueles que são menos afortunados que nós e jamais procuremos traçar paralelos com os que possuem mais.
Se desejamos pouco, basta pouco, porém tenhamos a certeza desta assertiva: "não basta muito a quem muito deseja."
Para que haja contentamento em nosso viver, precisamos de muito pouco. Saibamos buscar a satisfação nos incontáveis benefícios da vida e não nas belezas criadas do mundo.
Tenhamos o cuidado em não sermos envolvidos pelo desejo de buscar o que nunca vamos alcançar.
A escravidão que sobrevém aos eternos descontentes não recebe libertação.
Uma grande verdade está contida na afirmação: "fortifica-te com o contentamento, que é uma fortaleza inexpugnável."
Só convém ambicionarmos aquilo que podemos alcançar. Dosemos nossas ambições, para que não vivamos em busca do impossível.
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