domingo, 27 de novembro de 2011

Oração e a Fé


A oração e a fé são aliadas íntimas, e necessitam de ser estudadas juntas.

Na oração da fé há uma ciência divina; é uma ciência que tem de compreender todo aquele que deseja fazer do trabalho um êxito. Diz Cristo: "Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis." Mar. 11:24. Ele deixa bem-esclarecido que o nosso pedido deve estar de acordo com a vontade de Deus; devemos pedir as coisas que Ele prometeu, e o que quer que recebamos deve ser empregado no fazer a Sua vontade. Satisfeitas as condições, a promessa é certa.

Podemos pedir o perdão do pecado, o Espírito Santo, um temperamento cristão, sabedoria e força para fazer o bem, ou qualquer dom que Ele haja prometido; então devemos crer que recebemos, e agradecer a Deus por havermos recebido.

Não precisamos esperar por qualquer evidência exterior da bênção. O dom acha-se na promessa. Podemos empenhar-nos em nosso trabalho certos de que o que Deus prometeu Ele pode realizar, e de que o dom, que nós já possuímos, se efetivará quando dele mais necessitarmos.

Viver assim pela Palavra de Deus significa a entrega a Ele de toda a nossa vida. Ter-se-á um contínuo senso de necessidade e dependência, uma atração do coração a Deus. A oração é uma necessidade, pois é a vida da alma. A oração particular e em público tem o seu lugar; é, porém, a comunhão secreta com Deus que sustenta a vida da alma.

Foi no monte, com Deus, que Moisés contemplou o modelo daquela construção maravilhosa que devia ser a morada de Sua glória. É no monte, com Deus - o lugar secreto da comunhão com Ele - que devemos contemplar Seu glorioso ideal para com a humanidade. Assim habilitar-nos-emos a moldar de tal maneira a formação de nosso caráter que se possa cumprir para nós esta promessa: "Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo." II Cor. 6:16.

Era nas horas de oração solitária que Jesus, em Sua vida terrestre, recebia sabedoria e poder. Sigamos o Seu exemplo, procurando, na aurora e ao crepúsculo, uns momentos tranqüilos para a comunhão com nosso Pai celestial. E durante o dia todo levando o coração a Deus. A cada passo em nosso caminho, diz Ele: "Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita. ... Não temas, que Eu te ajudo." Isa. 41:13. Aprendêssemos estas lições nas nossas manhãs, que vigor e poder, que alegria e doçura nos penetrariam a vida!!

Tais são lições que apenas aquele que as aprendeu por si mesmo poderá ensinar. O fato de que o ensino das Escrituras não tem maior efeito, é devido que professemos crer na Palavra de Deus, enquanto nossa vida nega o poder dela. Às vezes somos levados a sentir o poder da Palavra. Vimos a preciosidade do amor de Cristo. Vimos a beleza de Seu caráter, as possibilidades de uma vida dada a Seu serviço. Mas, em contraste, vimos a vida dos que professam reverenciar os preceitos de Deus. Em relação a quantos deles são verdadeiras as palavras proferidas ao profeta Ezequiel:

Teu povo "fala um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do Senhor. E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como Meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obras; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra". Ezeq. 33:30-32.

Uma coisa é considerar a Bíblia como um livro de boa instrução moral, a que se deva atender tanto quanto seja compatível com o espírito do tempo e nossa posição no mundo; outra coisa é considerá-la como realmente é: a palavra do Deus vivo, palavra que é a nossa vida, que deve modelar nossas ações, palavras e pensamentos. Ter a Palavra de Deus na conta de qualquer coisa inferior a isto, é rejeitá-la. E esta rejeição por parte dos que professam crer nela, é a causa preeminente do ceticismo e incredulidade.

Parece estar-se apoderando do mundo, em muitos sentidos, uma intensidade qual nunca antes se viu. Nos divertimentos, no ganhar dinheiro, nas lutas pelo poderio, na própria luta pela existência, há uma força terrível que absorve o corpo, o espírito e a alma. Em meio dessa corrida louca, Deus fala. Ele nos ordena que fiquemos à parte e tenhamos comunhão com Ele. "Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus." Sal. 46:10.

Muitos, mesmo nas horas de devoção, deixam de receber a bênção da comunhão real com Deus. Estão com demasiada pressa. Com passos precipitados apertam-se ao atravessar o grupo dos que têm a adorável presença de Cristo, detendo-se possivelmente um momento no recinto sagrado, mas não para esperar conselho. Não têm tempo de ficar com o Mestre divino. E com seus fardos voltam eles.

Nunca vamos alcançar maior êxito antes que aprendamos o segredo da força. Devemos dar a nós mesmos tempo para pensar, orar e esperar de Deus a renovação da força física, mental e espiritual. Precisamos da influência enobrecedora de Seu Espírito. Recebendo-a, somos animados de uma nova vida. O corpo exausto e o cérebro cansado refrigerar-se-ão, e o coração oprimido aliviar-se-á.

Nada de uma parada momentânea em Sua presença, mas um contato pessoal com Cristo, sentando-nos em Sua companhia - tal é a nossa necessidade. Felizes seremos aprenderemos em nossa própria vida a preciosa experiência descrita nestas palavras dos Cantares de Salomão:

"Qual a macieira entre as árvores do bosque,

Tal é o meu Amado entre os filhos;

Desejo muito a Sua sombra e debaixo dela me assento;

E o Seu fruto é doce ao meu paladar.

Levou-me à sala do banquete,

E o Seu estandarte em mim era o amor." Cant. 2:3 e 4.

(Educação - Ellen White)

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