terça-feira, 10 de maio de 2011

Ociosidade Mental e Tecnologia

A tecnologia tem reduzido a freqüência de atividade física. Os computadores diminuem, significativamente, a agilidade cerebral. Basta digitar uma palavra errada em um software de computador, e o próprio programa automaticamente irá corrigi-la.

Por isso, a maior parte das pessoas não lê os textos que escrevem. Semelhantemente, a televisão propõe a “hibernação” dos pensamentos. O uso indevido dessas tecnologias pode causar doenças, como a diabetes e a obesidade, pois implica na inatividade da mente, originando dependência tecnológica.

tecnologia

Para a publicitária Célia Grace, as pessoas têm vivido num mundo de facilidades, onde o ser humano tem se tornado automatizado. Célia ainda acredita que a criatividade tem sido prejudicada com o mau uso da tecnologia.

“Nós estamos a distância de apenas um clique das coisas. O adolescente de hoje não consegue imaginar a vida dele sem o celular”. Em apenas um clique o jovem se comunica com o mundo. “Agora o imediatismo está tomando conta de tudo, e isso não é bom, pois limita a criatividade”, explica a publicitária.

A ciência tem suavizado a obrigação do cérebro em pesquisar, pensar e desempenhar funções gerais. Até mesmo quem ganha bilhões em dinheiro com a tecnologia, demonstra precaução quanto ao uso do mesmo. A própria filha do fundador da Microsoft possui acesso restrito, controlado e cronometrado a computadores. Bill Gates determinou para ela um limite do uso do computador em 45 minutos nos dias úteis, e uma hora nos finais de semana.

A psicóloga Sandra Silva, afirma que o cérebro precisa ser exercitado e a tecnologia mal utilizada retarda o crescimento intelectual e criativo de uma pessoa. “A forma de crescimento intelectual é feita de várias formas. A leitura de um bom livro, por exemplo, é uma delas”, esclarece.

Ela explica ainda que se a pessoa limitar as suas ações, o cérebro irá, sim, aprender bastante, só que dentro de um assunto específico. “A sinapse acontecerá em cima daquilo que você repete para o cérebro. Se acontecer essa limitação, a mente vai enriquecer muito num aspecto específico e empobrecer em outros”.

A tecnologia mal utilizada pode refletir também em problemas educacionais. Basta entrar em salas de bate-papo da internet, blogs e sites de relacionamentos para perceber erros gramaticais devido à nova linguagem gerada pela web.

Na opinião da professora de letras Rosimar Farias, a tecnologia tem o seu lado bom, mas não se deve depender totalmente dela. “Num futuro profissional a pessoa terá que saber como escrever determinada palavra. A dica é que os trabalhos acadêmicos sejam escritos primeiramente à mão. Só depois digitado no computador”.

A jornalista Luzia Paula complementa dizendo que os estudantes devem fugir da ociosidade mental. “É preciso parar de depender muito das informações que as ferramentas dos softwares de computadores nos dão e começar a abrir leques de conhecimentos por outros meios”.

Segundo a psicóloga Sandra Silva, a tecnologia tem sua importância. Mas é necessário haver uma diversificação de atividades, não só mental como corporal. “A parte psicomotora de uma pessoa é de extrema importância para o desenvolvimento intelectual também”, esclarece. “Precisamos incluir em nosso dia-a-dia atividades físicas para complementar a saúde mental”, conclui

Denys Borguête

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