quinta-feira, 21 de abril de 2011

O pretório do horror.


A podridão de um beijo na pureza de um rosto
inaugurava assim, a noite do desgosto.
Por entre as trevas, Judas traiu a Jesus,
entregando-Lhe um beijo e nesse beijo a cruz.

O cão, por mais imundo, jamais será igual
aos cães que comporam aquele vil tribunal.

Oh, não! Não é possível...
Mas, foi engano, talvez...
Que mal Tu cometeste?

Se Tua mão levantou o que estava tombado,
porque a morte o tombou...
Se a multidão faminta, Tu saciaste com pão,
operando o milagre da multiplicação.
Se ao cego Tu disseste: " - Vê o sol que te ilumina."
Curou-o da escuridão, do mais fundo da retina.
Ao que estava entravado, ordenavas: " - Caminha."
E deixando as muletas ao Teu encontro foi.

Eu me lembro...
Que em Teus ombros, pousavam as crianças
que amavas e que também Te amavam.

E agora o tribunal, irrevogavelmente,
teria que impor a culpa a Jesus, o inocente!

Multidões O seguiam, inquietas como ratos.
Jesus ia até Herodes, de Herodes a Pilatos.
No pretório o horror, bofetadas, escárnio
sofreu o Salvador...
O rosto de Jesus ensopado em sangue.
O rosto, o santo rosto,
meio tonto e aturdido.
De aflição em aflição,
de gemido a gemido.

Pilatos, gritou ao povo:
"Oh povo, o que te apraz,
que solte a Jesus Cristo ou solte a Barrabás?!"
Como bando de loucos, gritou a turba, em
coro, amaldiçoado: "Jesus seja crucificado!"

Jesus andando, madeiro sobre os ombros,
chicotadas, tropeços, gritos, tantos tombos...
Que pesado madeiro!
Que cruel o caminho!
Com os ombros em feridas
e ter que caminhar sozinho.
Mas, para isso Ele veio, para
mostrar o caminho da luz.


O fim do calvário espera por mim!

Vera Mattos

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